terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vida minha Vida

Passam os tempos
Passam as horas
Tudo se passa
Por entre as auroras

Tempo gracioso
Que nos ensina a todo momento:
viver é sagrado
Ser feliz com o céu acizentado

Pensamento flui
E o caminho se faz dentro de nós
A luz na conciência e no coração
Se mostram belas, com uma só voz

Nesse vai e vem
Cresço a cada movimento
Pois a tempestade também passa
Mesmo que o tempo pareça lento

Sendo assim,
preciso de mais tempo pra mim
Tempo de amar o meu ser mais profundo
E ajeitar com cuidado o meu mundo

Mundo esse que amadurece mais e mais
Sabendo que o nada pode ser tudo
e assim sendo; mais do que preciso
Então eu sinto, e o orgulho mudo

Vida minha vida, tu és divina e graciosa..


Yara Maryan
Edição : Paula Almeida






A casa do tempo perdido

Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera pela metade;
a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.

O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.

Por Carlos Drummond de Andrade.